quinta-feira, 4 de abril de 2013

Automação


A ferramenta foi a forma de o homem ampliar a força e a destreza do corpo; a criação das máquinas foi a multiplicação desse princípio por milhões de vezes. A mecanização é a substituição do esforço físico do homem, ou de outra força animal, na execução de uma tarefa ou na realização de determinado trabalho.

A informática é um passo adiante nessa evolução. Ela possibilita que as máquinas substituam não só o esforço físico, mas também os procedimentos "mentais" do ser humano. Isso é o que se chama automação.

O desenvolvimento do computador criou máquinas que incorporaram procedimentos de "pensar". É óbvio que os computadores estão longe de imitar todas as funções do cérebro humano, mas possibilitam "passar" decisões mentais humanas pré-programadas para processos mecânicos.

Um torno mecânico era ajustado antigamente pelo ferramenteiro que utilizava um conjunto de procedimentos mentais e manuais. Necessitando de outro tipo de peça, era preciso reajustar todo o equipamento novamente.

Com a união das funções do torno e dos computadores numa mesma máquina (torno de comando numérico computadorizado), todos os procedimentos do ferramenteiro são feitos automaticamente pelo torno. Basta para isso que o programador dê os comandos e as medidas na nova peça. Esse princípio aplicado no trabalho industrial cria o que se chama automação flexível na produção.

Nas vésperas do ano 2000, com o mundo se transformando em um único e vasto mercado, é cada vez mais difícil manter o Brasil, ao mesmo tempo a oitava maior economia do mundo e um sistema educacional primitivo para 60 milhões de pessoas. Não se trata apenas de uma questão elementar de justiça.

O sistema educacional que existe hoje no Brasil simplesmente não faz sentido do ponto de vista econômico. As dezenas de milhões de brasileiros desprovidos de educação não têm (nem terão) chances reais de obter renda, não consomem mais do que produtos básicos, não pagam impostos, não produzem bens ou serviços com real valor econômico, não estão aptos a ser empregados num número crescente de atividades.

Um dos mais respeitados pesquisadores brasileiros na área de educação, [o professor Heraldo Vianna, da Fundação Carlos Chagas, afirma que] a preocupação com a qualidade de ensino deve ser uma obsessão para a sociedade que pretender ter uma economia de primeira classe e empresas de primeira classe.

O único caminho, diz o ministro Paulo Renato Souza, é a educação. "Numa economia globalizada, o país e suas empresas ou concorrem ou morrem. A concorrência implica a preparação do trabalhador para assimilar novas tecnologias."

Antigamente, lembra o ministro, um funileiro ou um torneiro mecânico seriam funileiro ou torneiro mecânico a vida inteira. "Hoje as profissões estão mudando rapidamente, milhares de empregos são destruídos num setor e criados em outros" diz Paulo Renato. “O nível básico de escolaridade garante a possibilidade de reciclagem e adaptação a essas mudanças”.

A formação escolar da mão-de-obra brasileira é insuficiente até em Para saber maiscomparação com os vizinhos da América Latina. Em média, o nível de escolaridade dos trabalhadores brasileiros é 3,5 anos, contra 8,7 anos dos argentinos e 7,5 anos dos chilenos.


Globalização

A globalização dos problemas

Os problemas também se mundializaram, exigindo soluções internacionais. Existem hoje questões que possuem um significado não mais nacional e sim global, mundial, tais como, por exemplo: a poluição dos mares e oceanos ou da atmosfera, a propagação da radioatividade, os armamentos nucleares, a degradação de importantes recursos que a natureza levou milhões de anos para construir, o endividamento de países do Terceiro Mundo, a pobreza crescente em determinados países subdesenvolvidos e o aumento do fluxo de migrações internacionais, etc.

O mundo parece que ficou pequeno e os limites dos Estados-nações já não constituem mais o espaço privilegiado para a resolução dos problemas cruciais.

Os Estados-nações foram percebendo que não devem mais se preocupar somente com seus territórios, seus problemas internos.

Cada vez mais eles se preocupam com os problemas globais, com aquilo que se passa em outras regiões do mundo mas que podem vir a afetá-lo com o tempo.


Nova ordem ou desordem

Sabemos hoje que por trás de toda aparente desordem sempre existe uma ordem, uma regularidade qualquer, uma lógica enfim, por mais perversa ou injusta que ela seja.

Não existe no mundo social (e provavelmente nem na natureza) o caos ou a desordem absoluta, a falta de qualquer sentido.

Desde os anos 70 tornava-se evidente que o mundo capitalista não tinha mais somente um pólo ou centro econômico, comercial e tecnológico.

A Europa ocidental, na qual se destaca o poderio alemão, e o Japão já vinham desde então disputando ou dividindo com os Estados Unidos o papel de grandes potências ou metrópoles capitalistas. Isso ficou definitivamente claro com a crise do mundo socialista e com a dissolução da URSS.

Na época da Guerra Fria, Europa e Japão tinham que aceitar a liderança norte-americana para enfrentar a ameaça soviética. Com o término dessa ameaça, a liderança dos EUA perdeu grande parte de sua razão de existir e sua maior preocupação, no lugar dos soviéticos, passou a ser a crescente influência e poderio mundial dos novos centros.

Só que não se trata mais daquela rivalidade ideológica e político-militar da Guerra Fria, na qual cada lado procurava expandir os seus armamentos.

Agora cada um procura conquistar ou manter mercados, procura avançar mais que o rival na inovação tecnológica.

Não é uma competição militar que poderia levar a uma guerra mundial, como era o caso da bipolaridade, e sim uma nova rivalidade econômica, comercial e tecnológica. Inclusive porque em boa parte esses três pólos ou metrópoles estão imbricados, ou seja, têm inúmeros interesses associados.

Por exemplo: a Toyota japonesa exporta para os EUA centenas de milhares de carros por ano, tendo contribuído para as dificuldades da GM, que desativou algumas fábricas nos anos 80; todavia, a própria GM norte-americana possui um grande lote de ações da Toyota, estando assim interessada em seus lucros.

E os japoneses andaram adquirindo inúmeras propriedades nos EUA, além de ações de empresas norte-americanas, estando portanto interessados na prosperidade desse país.

E a mesma coisa ocorre com enormes investimentos norte-americanos na Europa, com investimentos ingleses ou alemães nos Estados Unidos, etc. Ou seja, os três pólos capitalistas são ao mesmo tempo rivais e associados, são competidores por um lado e parceiros por outro.

Além disso, a nova ordem desvaloriza ainda mais dois fatores que são fundamentais para o Terceiro Mundo, principalmente para aqueles países mais pobres e pouco industrializados: a mão-de-obra barata e as matérias-primas em geral.

A revolução técnico-científica das últimas décadas vem substituindo o trabalho humano não especializado por máquinas, e os serviços que restam ou são criados nesse processo necessitam de um mínimo de escolaridade.

Mas a imensa maioria das nações do Sul estava acostumada a fornecer mão-de-obra barata e sem nenhuma escolaridade significativa.

Pouco a pouco essa torneira vai se fechando: um número cada vez menor de empresas continua a se interessar por investir em regiões ou países com força de trabalho barata mas de baixo poder aquisitivo e baixa escolaridade; e os empregos que havia nas áreas desenvolvidas ó para faxineiros, guardas, motoristas de táxi, operários braçais, etc. ó, que Voltaconstituíam uma importante fonte de renda para alguns países pobres, aos poucos também vão escasseando.

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