segunda-feira, 29 de abril de 2013

CRASE - Conheça os sete pecados da crase - Pecados mortais da crase - Matéria Português - Dicas de Português - Língua Portuguesa



Conheça os sete pecados da crase

Os sete pecados mortais da crase

Do meu eterno mestre Édison de Oliveira, em Todo mundo tem dúvida, inclusive você.

É impossível haver crase:

1º) antes de palavra masculina: “Ele está no Rio a serviço”;

2º) antes de artigo indefinido: “Chegamos a uma boa conclusão”;

3º) antes de verbo: “Fomos obrigados a trabalhar”;

4º) antes de expressão de tratamento: “Trouxe uma mensagem a Vossa Majestade”;

5º) antes de pronomes pessoais, indefinidos e demonstrativos: “Nada revelarei a ela, a qualquer pessoa ou a esta pessoa”;

6º) quando o “a” está no singular, e a palavra seguinte está no plural: “Referimo-nos a moças bonitas”;

7º) quando, antes do “a”, existir preposição: “Compareceram perante a Justiça”.



Estamos “a sua disposição”  ou  “à sua disposição”?

É um caso facultativo. Antes dos pronomes possessivos (minha, tua, sua nossa…), o uso dos artigos definidos é facultativo: “Este é o meu carro” ou “Este é meu carro”; “Aquela é a minha sala” ou “Aquela é minha sala”.

Assim sendo, quando houver a preposição “a” antes de um pronome possessivo feminino singular, restará a dúvida cruel: existe ou não o artigo feminino singular “a” e, consequentemente, a crase? Como o uso do artigo antes do pronome possessivo é facultativo, o uso do acento da crase também o será: “Estamos à sua disposição” ou “Estamos a sua disposição”.

Podemos comprovar tudo isso comparando com a forma masculina: “Estamos ao (= preposição “a” + artigo masculino “o”) seu dispor” ou “Estamos a (= só preposição) seu dispor”.



Mesmo os doentes PARECE ou PARECEM que estão felizes?

                    O certo é: “Mesmo os doentes PARECE que estão felizes.” O sujeito do verbo PARECER é a segunda oração (=que mesmo os doentes estão felizes).

Em ordem direta, temos: “PARECE que mesmo os doentes estão felizes”. É interessante observar que o termo “os doentes” é o sujeito da segunda oração, do verbo ESTAR (=os doentes estão felizes).



Ele DISSE ou TINHA DITO que chegaria cedo, mas chegou às 5h?

A diferença entre DISSE e TINHA DITO é o tempo verbal: DISSE está no pretérito perfeito e TINHA DITO, no pretérito mais-que-perfeito do indicativo.

O pretérito perfeito indica uma ação concluída no passado: “Ele disse, saiu, fez…”; o pretérito mais-que-perfeito indica uma ação anterior a outra ação que já está no passado: “Quando eu cheguei (pretérito perfeito = ação já passada), ele já tinha dito ou dissera ou havia dito, tinha saído ou saíra ou havia saído, tinha feito ou fizera ou havia feito (pretérito mais-que-perfeito = ação anterior à ação já passada)”.

Assim sendo, quanto à pergunta do nosso leitor, o mais adequado é: “Ele tinha dito que chegaria cedo, mas chegou às 5h”. A ação de “dizer” é anterior a ação de “chegar”. O pretérito mais-que-perfeito é o passado do passado.



VIETNÃ ou VIETNAM?

“Por que alguns jornais insistem em grafar o nome do Vietnã na forma usada em inglês Vietnam? Os dicionários que consultei registram até uma variante Vietname, com “e” no final, mas nunca na versão inglesa?”

Meu caro leitor, a grafia de nomes próprios é sempre um assunto polêmico. É briga sem fim. No meio jornalístico, não há tempo a perder. É por isso que cada jornal cria seus padrões. Não estamos, portanto, querendo dizer esta forma seja a correta e que aquela outra esteja errada. É apenas a nossa preferência.

No caso do Vietnam, a nossa preferência se deve ao adjetivo pátrio. Se falamos vietnamita com “m”, e não “vietnanita”, considero o mais lógico é escrever Vietnam com “m”. Só isso.



OS TUPI ou OS TUPIS?

Reclamação do leitor: “Outro dia escrevi um e-mail questionando o não uso de concordância nominal nos nomes de grupos indígenas no livro de Eduardo Bueno. Infelizmente não obtive resposta.”

É outro assunto polêmico. Os estudiosos das coisas indígenas afirmam que os nomes das nações indígenas não apresentam plural na sua forma original. Deveríamos dizer os tupi, os goitacá, os pataxó, os caeté…

Há, entretanto, aqueles que defendem o aportuguesamento e consequente respeito às nossas regras gramaticais.

Como as línguas indígenas são ágrafas (= sem escrita), a forma escrita só pode ser aportuguesada. Em razão disso, minha preferência é os tupis, os goitacás, os pataxós, os caetés…

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